O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e líder da oposição, Juan Guaidó, se declarou nesta quarta-feira (23) presidente interino do país. O governo de Nicolás Maduro, porém, não reconhece o parlamento, que tem maioria opositora.
"Na condição de presidente da Assembleia Nacional, ante Deus, a Venezuela, em respeito a meus colegas deputados, juro assumir formalmente as competências do executivo nacional como presidente interino da Venezuela. Para conseguir o fim da usurpação, um governo de transição e ter eleições livres", disse Guaidó com a Constituição na mão e diante dos manifestantes.
A declaração aconteceu durante manifestação de opositores ao governo de Nicolás Maduro em Caracas. Chavistas também saíram às ruas para manifestar apoio a Maduro.
Manifestantes contrários a Maduro protestam em Caracas nesta quarta (23) — Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Maduro tomou posse de seu segundo mandato presidencial no último dia 10. Poucos dias depois, a Assembleia Nacional o declarou um 'usurpador' do cargo de presidente. Em seguida, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ, que é governista) considerou "nulos" todos os atos aprovados pelo Parlamento.
A oposição venezuelana e diversos países – entre eles Brasil, Estados Unidos, Canadá e os membros do Grupo de Lima – não reconhecem a legitimidade do novo mandato de Maduro, que vai até 2025. A Organização dos Estados Americanos (OEA) também declarou, no dia da posse, que não reconhece mais o governo bolivariano.
Manifestantes a favor de Nicolás Maduro vão às ruas em Caracas em dia de protestos a favor e contra o regime chavista — Foto: Luis ROBAYO / AFP
Na madrugada desta quarta, horas antes das manifestações programadas, foram registrados protestos em 63 pontos de Caracas. Quatro pessoas morreram.
Após a declaração de Guaidó, o presidente da OEA e o governo americano de Donald Trump anunciaram que o reconhecem como presidente interino da Venezuela. Maduro ainda não se pronunciou.
Luiz Almagro, presidente da OEA, cumprimentou Guaidó em uma mensagem no Twitter: “Nossas felicitações a Juan Guaidó como presidente interino de Venezuela. Tem todo nosso reconhecimento para impulsionar o retorno do país à democracia”, escreveu.