Sábado, 18 de Maio de 2024

Brasil
Publicada em 10/01/19 às 08:41h - 697 visualizações
Menino revela ter sido ameaçado e abusado seis vezes por homem; um dos estupros aconteceu no cemitério

Jornal Folha da Cidade

 (Foto: Jornal Folha da Cidade)

O que era para ser somente uma tarde de diversão e lazer em uma praça localizada no bairro Água Verde, em Curitiba, transformou a vida de uma criança, de apenas 12 anos, em um verdadeiro inferno. Áudios estarrecedores, descobertos pelo pai da vítima, revelaram uma história revoltante e de embrulhar o estômago: sob constante ameaça, o menino vinha sendo abusado sexualmente por um homem de aproximadamente 40 anos, que o levou até mesmo para um cemitério para cometer os estupros.

Tudo começou em janeiro de 2018, quando o garoto ainda tinha 11 anos e decidiu, em um dia de trabalho dos pais, ir até a Praça Guanabara para jogar bola e se divertir. Na ocasião, o menino se distraiu com um cachorro que estava dentro de uma casa e, ao acariciar o animal, não percebeu que um homem dentro da residência o observava atentamente. “Eu vi o cachorro dele e fiquei passando a mão, aí quando eu estava voltando para casa, não sei como descobriu, acho que ele me seguiu, não sei. Eu estava ouvindo barulho de moto me seguindo”, explicou a vítima.

Neste dia, o homem seguiu o garoto até sua residência e chegou a conversar com os pais da vítima, a quem se referiu como amigo. Na ocasião, a mãe da vítima estranhou o fato de um homem tão mais velho ter amizade com uma criança, e o expulsou da residência. Dias depois, porém, o menino voltou à Praça Guanabara e, infelizmente, reencontrou o homem, que o abordou e o arrastou por aproximadamente 600 metros, até a Rua Augusto de Mari. “Ele me arrastou e eu ‘meti’ um chutão nele e um soco. Saí correndo, mas ele me arrastou até o terreno baldio”, relatou.

Após arrastar o garoto até o terreno baldio, o homem cometeu o primeiro de seis estupros e o ameaçou. “Ele me estuprou, fez penetração, sexo oral. Disse que tinha arma, que ia matar meu pai, minha mãe, meus dois irmãos e minha cunhada, tudo. Dizia ‘ai, seu gostoso, quero te... um monte de coisa’, e me apertava os braços, me machucava. A segunda vez ele também foi no mesmo terreno baldio, a terceira vez também. Só que não tinha ninguém, né? Eram casas todas vazias, mas pedi [socorro] um monte de vezes”, detalhou a criança.

Reclamações na escola

A situação se repetiu mais duas vezes, em outro terreno baldio localizado na Rua Eugênio José do Souza, no bairro Guaíra. “Por causa disso eu ficava ouvindo coisa na cabeça, eu ficava vendo pessoa morta, na escola, não conseguia prestar atenção na aula, ficava gritando com as professoras por causa disso...”, disse o menino. De acordo com o pai da vítima, diversas reclamações, que iam desde o comportamento até a higiene da criança, começaram a ser feitas pela escola em que o menino estudava. “O colégio mandou a gente procurar um psicólogo, psiquiatra, porque ele estava com déficit de atenção. Inclusive, o diretor queria até expulsar, porque ele saía limpinho de casa, bonitinho, com uniforme, tudo certinho, e a reclamação era de que meu filho estava sujo, fedendo. Mas ele saía de banho tomado de dentro de casa”, revelou.

O motivo de chegar sujo à escola, porém, tinha tudo a ver com os abusos: o homem pedia para que o menino ficasse ‘limpinho’ e, desta forma, a criança agia da maneira contrária para se proteger. “Eu falava: ‘eu não vou ficar limpinho, vou me sujar, nem que todo mundo na escola me zoe’, porque eles me chamavam de carniça, um monte de coisa. Eu não estava nem aí, eu chorava na escola, mas eu não queria que ele chegasse perto de mim. Eu fazia isso para me proteger”, desabafou. O pai da vítima contou, ainda, que a criança chegou a passar fezes e urina pelo corpo para que os abusos não acontecessem mais.

Junto com as reclamações da escola, a família começou a perceber que o menino se queixava de dores no estômago, que teriam sido causadas por esportes praticados no colégio. “Ele chegava com dor no abdômen, em casa... falava que tinha levado uma bolada no estômago, que tinha se machucado jogando bola, que tinha se machucado jogando vôlei, basquete. Ele foi abusado por esse cidadão seis vezes, seis vezes!”, disse o pai do menino.

Cemitério

O sexto e último estupro aconteceu dentro do Cemitério Municipal do Água Verde, em meio aos túmulos. “Ele me arrastou para o cemitério, no meio dos túmulos lá, nos cantinhos que têm. Fiquei com muito medo daí, né, porque pensei que ele ia matar minha família”, revelou o menino. Toda a história só foi descoberta quando o pai da criança pegou o telefone do filho e viu algumas mensagens que o homem havia mandado. “Ele me perguntou quem que era, eu falei que não conhecia. Depois de um tempo eu fiquei chorando, um monte de coisa, daí eu falei que conhecia e disse ‘tá bom, é uma pessoa que me estuprou’”.

Nas mensagens, enviadas por áudio, o homem ameaçava a criança e se referia a ela de maneira pejorativa, como “viadinho” e “baitola”. Em algumas conversas, o homem chegou a demonstrar ciúme e dizer que amava o menino, além de revelar o que o celular era da esposa. “Pense em mim, te amo, te adoro, beijos. (...) Não vá me trair com seus primos, não vá dar o... para os teus primos aí. Esse celular aqui é da minha mulher, viu? Não é meu. Estou usando o celular dela para falar com você”, dizia um dos áudios.

Exames

Agora, a família aguarda o resultado dos exames de doenças sexualmente transmissíveis, que o menino pode ter contraído. “Estamos esperando resultado do exame de HIV, de hepatite, estamos esperando todos esses tipos de exames, que vão ficar prontos essa semana”, explicou o pai. Diversos Boletins de Ocorrência foram registrados no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), porém, a audiência foi marcada somente para agosto. “Eu me sinto um nada, na verdade. Porque quando meu filho nasceu, eu falei que ia proteger, que ia cuidar dele, e eu não consegui. Não consegui cuidar do meu filho”, desabafou.

De acordo com o pai da criança, a vontade é de “fazer justiça com as próprias mãos”, já que a vítima está trancada dentro de casa e o homem solto. “Meu filho está trancado e esse cidadão está passando na frente da minha casa, diariamente. Ele fala pelos áudios, ameaça, falou que anda armado, ameaçou meu filho, me ameaçou, ameaçou minha esposa. Dá vontade de fazer justiça com as próprias mãos, só não quero prejudicar meu filho e nem a minha família, porque ele não merece isso. Ele merece ser preso e sofrer um pouquinho lá dentro da cadeia”.

Colaboração Jairo Nascimento/Rede Massa





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