– Isso poderia explicar por que algumas pessoas têm derrames e por que algumas pessoas têm problemas em outras partes do corpo. O que há de comum entre eles é que todos têm bases vasculares – explica o professor Uri Manor, coautor sênior do estudo.
A proteína de pico do coronavírus, chamada spike e localizada na coroa dele, tem um papel crucial nos danos das células que revestem a parte interna dos vasos sanguíneos.
A equipe criou um pseudovírus contendo a proteína spike, mas sem vírus real. Ao exporem animais ao pseudovírus, constataram que a proteína de pico sozinha é capaz de causar doenças. As amostras de tecido mostraram inflamação nas células endoteliais que revestem as paredes da artéria pulmonar.
As variantes mais transmissíveis que surgiram recentemente em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil, apresentam mutações significativas nessa proteína, tornando a ligação com as células humanas mais fácil para o vírus.
– Outros estudos com proteínas de pico mutantes também fornecerão uma nova visão sobre a infecciosidade e gravidade dos vírus SARS CoV-2 mutantes – afirma o professor Uri Manor.