Sábado, 04 de Maio de 2024

Brasil
Publicada em 11/05/21 às 17:51h - 5432 visualizações
De tráfico de drogas e roubo a organização criminosa nas fichas dos mortos no Jacarezinho

Jornal Folha da Cidade

 (Foto: Jornal Folha da Cidade)

Relatório também lembra as mortes dos policiais Bruno Buhler,André Frias e do delegado Fábio Monteiro

 Porte irregular de arma de fogo, organização criminosa, roubo, furto, corrupção de menores, tráfico de drogas e receptação são delitos cometidos pelos mortos no Jacarezinho. Na última quinta-feira (6) a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, realizou a Operação Exceptions, no Jacarezinho, para cumprimento de 21 mandados de prisão expedidos pelo Juízo da 19ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ao todo, 28 pessoas morreram durante a operação, sendo um policial. Mais de 20 armas de fogo, entre pistolas e fuzis, foram apreendidas. 

O Jornal A Folha da Cidade teve acesso às informações acerca do desdobramento e resultados da ação policial, além das fichas criminais dos indivíduos mortos durante o confronto. De acordo com as informações obtidas, a região do Jacarezinho é considerada um dos quartéis-generais da facção Comando Vermelho (“CV”) na Zona Norte da cidade do Rio. Diante da dificuldade de acesso ao local, com barricadas e táticas de guerrilha realizadas pelos marginais, a área abrigaria uma quantidade relevante de armamento, os quais seriam utilizados nas retomadas de favelas perdidas para facções rivais ou a fim de se reforçar contra possíveis investidas policiais.

O avanço do crime organizado ficou mais evidenciado, segundo as investigações, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu a realização de operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro durante a pandemia do Covid-19, salvo em situações absolutamente excepcionais. 

A operação da última semana foi fruto de uma investigação iniciada após apreensão de fotografias de traficantes por Policiais Militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Jacarezinho. Pelas imagens, agentes reconheceram três integrantes do CV, sendo Marcos Vinicius Pereira Messias (Fautinha), Richard Gabriel da Silva Pereira (Kako) e Fabio Sergio Teixeira Rodrigues dos Santos (FB da Vasco).

O Setor de Busca Eletrônica da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) analisou diversos perfis das redes sociais Twitter, Facebook e Instagram, todos vinculados ao tráfico de drogas da região.

Como resultado, a DPCA listou em relatório os criminosos identificados, bem como as suas condutas típicas praticadas. Atualmente, a liderança da favela do Jacarezinho é o traficante Adriano de Souza Freitas (“Chico Bento” ou “Mãozinha”). Com quatro mandados de prisão expedidos, Adriano tem passagem no sistema penitenciário por homicídio qualificado, tráfico de drogas, associação para o tráfico e roubo. Felipe Ferreira Manoel (“Fred do Jacarezinho”) divide com Adriano a liderança; sua ficha tem anotações por homicídio qualificado, tráfico e drogas, associação para o tráfico e roubo.

Ambos estão foragidos.

REDES SOCIAIS

O Jornal A Folha da Cidade obteve informações sobre a investigação nas redes sociais. No dia 8 de julho de 2020, Renan Vicente da Silva (“Nanzin”), um dos alvos da Operação Exceptions, postou uma foto portando fuzil e escreve: “Praça Seca lacrado”.

No dia 16 de julho de 2020, “Nanzin” publicou foto vestindo colete, usando máscara de esqui portando um rádio transmissor, e escreve: “Se a guerra rola, a tropa avança”. Em 15 de junho de 2020, Raian de Oliveira Lopes (“Nego Velho”), outro alvo da Operação, postou um tweet dizendo que quem usa farda é seu inimigo, publicando uma foto portando fuzil. Já em 14 de agosto do ano passado, Guth Miller Baiano Ribeiro, “Gu da Vasco”, também alvo da especializada, postou uma foto, na qual aparece com um fuzil, sobre a inscrição “Jacaré melhor gestão”, que indicaria relevante nível de adesão aos comandos hierárquicos.

Confira os nomes dos indiciados no respectivo inquérito policial: Richard Gabriel da Silva Ferreira; Fábio Sérgio Teixeira Rodrigues dos Santos; Marcos Vinicius Pereira Messias; Patrick Marcelo da Silva Francisco; Anderson Fernandes Soares; Raian de Oliveira Lopes; Guth Miller Baiano Ribeiro; Rafael da Silva; Rômulo Oliveira Lucio; Arthur Cardoso Barbedo Martins; Moisés Pereira dos Santos; Ricardson Antonio da Silva; Guilherme Silva Patrocínio; Débora Rocha do Paraízo Mendes; Patrick de Andrade da Silva; Jean Peixoto Felix; Gustavo Vinícius Teixeira de Araújo; Mauricio Ferreira da Silva; Diogo Miguel Barbosa Figueira; João Victor Trindade Neves; Isaac Pinheiro de Oliveira; Renan Agrassar Pinheiro; e Renan Vicente da Silva.


POLICIAIS MORTOS

A investigação do setor policial também trouxe histórico de agentes mortos na comunidade.

Em 11 de agosto de 2017, o Inspetor de Polícia, Bruno Guimarães Buhler, Xingu, foi executado por um integrante da organização criminosa que domina a região. Em 12 de janeiro de 2018, menos de 5 meses após o homicídio do inspetor Bruno, foi a vez do delegado Fábio Monteiro ser executado, depois de identificado como policial, quando passava com seu automóvel numa rua na entrada da comunidade, em horário de almoço, em dia de trabalho na Cidade da Polícia.

Já durante a Exceptions, por volta das 6h, policiais lotados na Delegacia de Combate às Drogas, a bordo de veículo blindado, foram em direção à comunidade, para estabelecer posição estratégica e dar suporte a outros agentes para o cumprimento dos mandados judiciais. Porém, diante de barricadas de aço e concreto, os agentes precisaram desembarcar, e partiram em progressão gradual, precariamente abrigada e sob muitos disparos de armas longas.

Foi nesse momento, que o inspetor André Leonardo de Mello Frias foi atingido na cabeça, caindo ao chão. Segundo as autoridades, mesmo depois de alvejar André, os marginais não pararam de disparar na direção do inspetor. Na mesma operação, o policial Marcelo Fagundes foi ferido por bala em um dos braços.

Armas apreendidas pela Policia

Um arsenal a serviço do crime e que comprova o potencial bélico dos bandidos

Durante a operação, os agentes apreenderam diversas armas que estavam com os mortos e detidos, inclusive materiais explosivos de alta destruição. Confira a seguir a indicação das armas de uso restrito apreendidas:

1 pistola Taurus – calibre 9mm – número de série: TTH59717

1 pistola Bersa – calibre 9 mm - número de série: E87380;

1 pistola Glock Calibre 40 – Sem identificação;

1 pistola Hafdasa Calibre 22 Liong – Sem numeração;

1 pistola Glock Calibre 40 – sem numeração. Obs. Gen 4 camuflada com kit rajada;

1 pistola Taurus – calibre 9mm – sem número de série;

1 pistola Glock calibre 9mm – sem n. de série;

1 pistola Glock calibre 9mm – sem numeração;

1 pistola Taurus PT57S calibre 765mm – sem numeração;

1 pistola Ithaca calibre 45 – sem número de série;

1 pistola Glock calibre 9mm– número de série: indeterminada;

1 pistola Glock calibre 9mm– número de série: indeterminado;

1 pistola Taurus – calibre 9mm de cor prateada – número de série: indeterminado;

1 pistola Glock 17 com kit rajada – calibre 9mm – número de série: indeterminado;

1 pistola Glock 17 com kit rajada – calibre 9mm – número de série: indeterminado;

1 pistola Bersa calibre 9 mm - número de série: indeterminado.

1 submetralhadora – calibre 9mm – sem marca e número de série;

1 fuzil calibre 762 mm – Parafal – sem identificação;

1 fuzil – cal. 556mm;

1 fuzil – cal. 556mm;

1 espingarda – calibre 12;

1 espingarda semiautomática calibre 12 – de origem russa;

1 fuzil calibre indeterminado – número de série: indeterminado;

1 fuzil – calibre 556mm – número de série indeterminado.

LUTO NO CV

Dados obtidos pelo setor policial apontaram que lideranças da facção criminosa, em demonstração de luto pela morte de traficantes da comunidade em decorrência de operação policial, teriam determinado o fechamento do comércio na sexta-feira (7), bem como a suspensão de bailes nas comunidades onde exercem influência. Além disso, lideranças do Comando Vermelho teriam ordenado a seus comparsas que não publicassem em redes sociais postagens mencionando a intenção de matar policiais em represália às mortes dos criminosos.

 

 




ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

Deixe seu comentário!

Nome
Email
Comentário


Insira os caracteres no campo abaixo:


Enquete
Como você classifica o governo de Lula?

 Bom
 Muito Bom
 Muito Ruim
 Péssimo
 Regular
 Ruim

Publicidade Lateral




Garota da Edição
Ingrid Muracami
Cidade: Curitiba
(41)9 8481 9471

Pedido Musica

  • Luana
    Cidade: Piraquara
    Música: Ninguém explica Deus
  • Leandro da Silva
    Cidade: Pinhais
    Música: Alisson e Neide Sinceridade para toda minha familia
  • Marcela Fritz
    Cidade: Pinhais
    Música: Quero a musica Jó
  • Cristiano
    Cidade: Pinhais
    Música: Escudo
  • Patricia Puerta
    Cidade: Curitiba
    Música: Davi Sacer Lugar Santo dos SAntos...
  • Tony Silva
    Cidade: Brasil
    Música: Sunday Bloody Sunday
Bate Papo

Digite seu NOME:


Fan Page







Converse conosco pelo Whatsapp!
Copyright (c) 2024 - Jornal Folha da Cidade - Todos os direitos reservados